quarta-feira, 7 de março de 2012

Empregados domésticos com Fundo de Garantia são 6% no Brasil

Dos mais de 1,5 milhão de empregados domésticos do Brasil, apenas 6% têm patrões que recolhem o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Não é só porque a lei não obriga: a burocracia também não ajuda.

Qualificação: a profissão de babá é cheia de detalhes. “Tudo o que ele utiliza para fazer sua alimentação precisa ser estilizado. Então ela precisa ter noções de primeiros socorros, porque se ocorrer uma emergência”, explica uma orientadora.

A escola também oferece formação para outras funções, dentro de uma casa.

O registro em carteira é obrigatório, mas, segundo o IBGE, só 38% das empregadas domésticas são registradas. Por um lado, cada vez mais exigidas. Por outro, ainda prejudicadas em termos de direitos e de cumprimento das leis trabalhistas. E o que é ruim ainda pode piorar. Pelos números da Caixa Econômica Federal, as que têm Fundo de Garantia são pouco mais de 6%.

“Não é obrigatório. Já cheguei a conversar com o patrão, eles falam: ‘vamos deixar para depois’. E fica por isso mesmo”, conta a babá Claudinês Barbosa.

Além de não haver obrigatoriedade, empregadores se queixam do custo adicional e da burocracia para recolher o fundo.

“Ele tem que ir ao banco para fazer esse depósito fundiário. Nós não somos obrigados a ter internet em casa, computador em casa. Se tiver, vai ter que pagar mais ainda”, destaca Margareth Carbinato, do Sindicato dos Empregadores de SP.

Ela se refere a um certificado digital que será exigido, a partir de junho, para fazer depósitos pela internet. O certificado custa até R$ 200.

Josi serve à família de Carlos há sete anos. Sempre com registro, mas sem FGTS. Como recebe outras vantagens, não se queixa: “Eu tenho convênio medico, tenho os patrões que me auxiliam em tudo o que eu preciso”, diz.

Não foi fácil encontrar uma empregada com Fundo de Garantia. Mas Dona Ivoneti, patroa de Mariza, faz questão: “Porque é justo. Ela é uma trabalhadora, como qualquer outra pessoa. Ela cumpre horário, tem compromisso dela comigo, por que não vou ter o meu com ela?”, questiona a patroa.
“Seria interessante que o governo criasse algum tipo de incentivo para que os empregadores não se sentissem mais onerados e tivessem algum estímulo para, de fato, registrarem seus empregados e recolherem o fundo de garantia”, avalia a advogada Vanessa Vidutto.

Fonte: Jornal Nacional

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